Fábio é mais do que 10. É 400

Ao entrar no Serra Dourada hoje, diante do Atlético-GO, goleiro chegará a marca histórica com a camisa azul

O jogo entre Atlético-GO e Cruzeiro, às 19h30, no Estádio Serra Dourada, além de ser de suma importância para a continuidade da recuperação do time mineiro no Brasileiro, se tornará um registro histórico: o goleiro Fábio estará completando sua 400ª partida com a camisa do clube, mantendo-se no 15º lugar, à frente do ex-lateral-direito Pedro Paulo, já falecido, que atuou 393 vezes.

Unanimidade para a torcida, que é capaz de perdoar qualquer falha sua, o goleiro confessa que sonha alto. “Quero ser o jogador que mais vezes vestirá esta camisa. Desejo ter uma marca para poder contar a meus filhos e netos. Por exemplo, o jogo mil. Sei que será preciso muito tempo ainda para isso ocorrer, mas é um sonho que acalento, tamanha a ligação que tenho com o Cruzeiro e a torcida.” E brinca: “Para atingir essa marca, vou ter de jogar aqui pelo menos até 2016”.

Vem a lembrança da primeira partida: “Não conto a primeira partida pelo time de juniores. No profissional, foi contra o Universal, do Rio, num amistoso. Lembro que não fui titular. Entrei no segundo tempo, mas foi um momento de muita emoção, pois seria o meu primeiro contato com a torcida e, ainda por cima, iria jogar no Mineirão, que é o desejo de qualquer jogador”.

Fábio considera que esse foi o primeiro passo para se tornar verdadeiramente goleiro celeste. “É engraçado, pois era o ano de 2000, e eu não conseguia me tornar goleiro do Cruzeiro. Acabei emprestado ao Vasco. Lá fiquei por quatro anos até voltar. É uma história complicada, pois cheguei a ser vendido para o time carioca. Mas tive problemas lá e o Cruzeiro me ‘recomprou’. Foi aí que começou a grande história com o clube e sua torcida.”

Ser goleiro do time desde 2005, segundo ele, exige responsabilidade, que aumenta a cada dia. “Ser goleiro de um só clube só faz aumentar a responsabilidade. Eu, por exemplo, tenho uma identificação muito grande com a torcida, principalmente com meninos e meninas. Ao longo desse tempo, aprendi a ter amor pelo clube e pelos torcedores. Esse será um jogo especial, que espero vencer, assim como aconteceu em outros jogos marcantes, como os de números 100, 200 e 300.”

O goleiro lembra também de momentos ruins, como o gol que levou do atacante Wanderley, do Atlético, quando estava de costas. “Houve irregularidade no lance. Mas é um momento que prefiro esquecer.”

Apesar de ser um momento especial, uma data que pode se tornar festiva, prefere não desviar a atenção e mostra que se preocupa com a partida em si. “Estamos vindo de uma vitória importante, contra o Corinthians. Acabamos com a invencibilidade deles. Mas temos de esquecer isso e pensar no jogo de amanhã (hoje). O Atlético-GO será um adversário difícil. Vem empolgado pelo empate com o São Paulo, lá no Morumbi. Mas o que estamos pensando, agora, é que queremos continuar recuperando o que perdemos. Isso é possível e vamos lutar para isso.”

CONQUISTAS NA BASE O Cruzeiro festeja a conquista de dois títulos nas divisões de base, ambos da categoria juvenil. Na Suécia, o time mineiro ficou com o título da Copa Gothia, disputado na categoria Sub-16. Na final, derrotou o USK, da Inglaterra, por 2 a 0, no Estádio Rasunda, em Estocolmo, o mesmo no qual o Brasil conquistou o primeiro título mundial, em 1958. O armador Carioca foi escolhido o melhor da competição e o time celeste teve ainda o goleiro menos vazado, George My. Em Vitória (ES), o clube celeste sagrou-se campeão da Copa Brasil Sub-17, ao derrotar o Atlético-PR, nos pênaltis, por 5 a 4, depois de 0 a 0 no tempo normal.

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