segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Vitória está entre as grandes escolas de goleiros do mundo

Com técnicas europeias aliadas ao jeitinho brasileiro, o Vitória está entre as grandes escolas de goleiros. Dida e Fábio Costa passaram pela base do clube. Em grande fase no Flamengo, Felipe também ''nasceu'' no Barradão
Dida foi um dos goleiros que passou pelo clube

A máxima de que todo bom time começa por um grande goleiro não costuma soar como clichê no Vitória. Por lá, ela é levada a sério e exemplos para isso não faltam. Dida, Fábio Costa e Felipe, que vêm se destacando no Flamengo, pertencem à fábrica do clube baiano. Nomes menos conhecidos, mas com o mesmo selo de garantia, como Paulo Musse, Juninho e Nilson, são outros que passaram pelas divisões de base do rubro-negro. Mas, afinal, qual o segredo da escola do time do Barradão?

Há 14 anos no Vitória, o preparador de goleiros Luciano de Oliveira Júnior explica que o sucesso da camisa 1 não é por acaso. Em entrevista ao Correio, ele conta que “o trabalho de formação de goleiro no clube é levado em nível de excelência” e que o intercâmbio nas categorias de base é parte importante do processo. “São quatro profissionais responsáveis por esse setor. O Vitória sempre teve a facilidade de disputar competições na Europa e aproveitamos ao máximo as outras culturas”, revela Luciano.

Por mais que traga as experiências fora do país para dentro dos treinamentos, é o jeitinho brasileiro que torna as atividades do preparador especiais. Com direito a bolas de vôlei e até rampinha para imitar os morrinhos artilheiros, Luciano garante a eficácia do processo. “Nós acreditamos que quanto mais difícil o treino, mais fácil será na hora do jogo. As bolas de vôlei eu uso para melhorar a velocidade deles. As rampinhas, por exemplo, nos ajudaram muito no último jogo. O Fernando (atual titular) pegou uma bola que quicou na frente dele graças ao reflexo apurado pela rampa”, diz o preparador.

Um dos jogadores que passou pelos métodos únicos de Luciano de Oliveira foi o atual camisa 1 do Flamengo. Destaque no gol rubro-negro carioca, Felipe chegou ao Vitória praticamente ao mesmo tempo que o preparador de goleiros. Na época, Luciano ainda fazia parte da comissão das categorias de base e pôde trabalhar bastante com ele. “Ele é um atleta que prova tudo isso. Tudo que traçamos para ele na época está acontecendo agora. Logo que chegou, vimos que era um atleta com muita personalidade e, por isso, atropelou várias categorias. Por causa dele, o Vitória não teve goleiros nascidos no ano de 1982 e 1983. Ele era mais novo e já supria nossas necessidades nessas categorias”, revela.



Boliviano é a aposta do futuro



Sempre atento ao mercado de goleiros, o Vitória aposta novamente nos garotos criados na base. Apesar de manter como camisa 1 o experiente Fernando, o clube não abre mão de ter no elenco as pratas da casa. No time atual, Gustavo, de 18 anos, é o representante fiel da escola rubro-negra. Desde os 15 anos no clube, ele aguarda uma oportunidade para seguir os caminhos de Dida, Fábio Costa, Felipe e Cia.

Há também entre os goleiros da base um boliviano. O jovem Guilhermo é uma das grandes apostas do Vitória para o futuro. “Enxergamos nele um potencial grande. Veio como indicação de um ex-diretor e agradou bastante. Eu, particularmente, gosto muito do estilo dele”, confessa Luciano.

Outro que segue nas categorias de base do Vitória é Luan. Aos 16 anos, ele já foi campeão com o clube, erguendo o caneco da Copa Brasil de juniores em 2011.

Destaques da camisa 1 rubro-negra


» Luiz Felipe Ventura dos Santos
Começou a carreira nas divisões de base do Vitória até ser promovido aos profissionais em 2002. Apesar de ficar grande parte do tempo entre os reservas, Felipe ganhou notoriedade nos últimos anos de contrato com o clube, quando conquistou quatro vezes o Campeonato Baiano e também a Copa Nordeste. Atualmente, com 27 anos,
é o camisa 1 do Flamengo.

» Nelson de Jesus Silva - Dida
Embora tenha começado a carreira nas divisões de base do ASA de Arapiraca e passado pelo Cruzeiro-Al, Dida profissionalizou-se no Vitória, em 1992. Com ele no gol, o rubro-negro baiano fez sua melhor campanha no Campeonato Brasileiro, quando chegou à final, em 1993, perdendo para o Palmeiras.

» Fábio Costa
Em 1995, Fábio Costa profissionalizava-se no Vitória. Com experiência de sobra nas categorias de base — passou por Cruzeiro e pelo PSV Eindhoven-HOL —, o arqueiro não demorou a se firmar no gol rubro-negro. Ele ficou mais conhecido com os títulos à frente do Santos, sendo campeão do Campeonato Brasileiro de 2002, e vice-campeão da Libertadores e do Campeonato Brasileiro em 2003. Aos 33 anos, Fábio Costa está desempregado.
O último clube que defendeu foi o Atlético-MG, em 2010.

» Nilson Corrêa Júnior
Revelado pelo Vitória em 1995, Nilson era apontado como uma das grandes promessas do gol rubro-negro. No entanto, a boa fase que despertou interesse de clubes maiores no país não durou muito tempo e ele acabou se transferindo para o Santa Cruz, em 1999. Depois de passagens por times de menor expressão, em 2011 Nilson voltou a chamar a atenção. Aos 35 anos, ele foi convidado a defender a seleção
de Burkina Faso. Na estreia, venceu a Namíbia, por 4 x 1, em partida
válida pelas Eliminatórias da Copa das Nações Africanas.

» Paulo Musse
Revelado pelo time baiano em 1999, Paulo Musse ganhou destaque durante os cinco anos que permaneceu no clube rubro-negro. Com forte concorrência pela camisa número 1, porém, ele acabou sendo cedido por empréstimo ao Paysandu, no qual realmente ganhou moral e acabou se transferindo para o futebol português.

» Tadeu de Jesus Nogueira Junior - Juninho
Após bom tempo nas categorias de base, Juninho começou a carreira profissional no Vitória em 1999. Somente quatro anos depois, ele teve a oportunidade de assumir a camisa 1 do clube, que ficou até 2005 —
no ano seguinte foi vendido para o Cruzeiro. Com 30 anos, hoje ele defende as cores do Grêmio Barueri.

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