Matheus Caldeira se machucou durante a final contra o Fluminense (Foto: Marcos Bezerra/Futura Press)
O título do Corinthians na Copa São Paulo não poderia ocorrer de forma diferente. Tinha de ser sofrido, como toda a Fiel gosta. Mas para Matheus Caldeira, goleiro alvinegro, as coisas foram ainda mais difíceis e a conquista teve um gostinho mais especial.
Logo após o nascimento, o corintiano passou por uma cirurgia no rim. Caso a intervenção não desse certo, o órgão poderia ter sido retirado. Já adolescente, aos 14 anos, mais um drama. Com Síndrome de Wolff Parkinson – uma espécie de arritmia cardíaca – o jogador teve de passar por mais três cirurgias para resolver o problema.
– Essa vitória foi um teste para o meu coração. Poucas vezes senti uma emoção tão grande – contou o goleiro.
Na decisão contra o Fluminense, mais um momento de tensão. Matheus se lesionou no meio do segundo tempo e ainda ficou por vários minutos em campo. Em uma dividida com o adversário, o goleiro levou uma joelhada na coxa esquerda e foi ao chão junto com o adversário, machucando um músculo da coxa. Assim, o goleiro quase não conseguiu ficar de pé.
– Não tinha condições de ficar em pé. Mas aqui é Corinthians. Se não fosse assim não seria um título do Timão – disse o goleiro.
O treinador Narciso manteve Matheus em campo por algum tempo aguardando a resposta dos médicos para saber se ele teria ou não condições de continuar jogando.
– Mas não me importaria de ter ficado em campo se fosse preciso. Isso aqui é raça pelo Corinthians. O torcedor gritando. Dar esse espírito de guerreiro.
A atitude do arqueiro teve semelhanças com a de Julio Cesar, dono da meta do time profissional. Ano passado, na vitória por 2 a 0 contra o Botafogo, o goleiro luxou o dedo durante o jogo, mas optou por seguir em campo mesmo com o problema. Como Tite já havia feito as três alterações, Leandro Castán teria que ir para o gol.
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