O lance polêmico envolvendo o goleiro Vinícius não é um fato isolado, mas sintomático. A opinião é do ex-árbitro e atualmente comentarista de arbitragem Óscar Roberto Godói. Em entrevista à Banda B, ele explicou porque José de Caldas Souza, do Distrito Federal, errou em validar o gol de Zé Carlos, do Criciúma, em partida contra o Atlético, válida pela Copa do Brasil.
"O goleiro tem seis segundos para repor a bola. Se ele deixar no chão, não pode mais recolher com as mãos e todo mundo tem condições de jogar. Enquanto ele quica a bola, ela é considerada sob o controle do goleiro e ninguém pode interferir. O assistente tenta salvar o árbitro, mas ele acabou indo por si e confirmou o gol, que para mim foi completamente irregular", explica.
Godói fala com conhecimento de causa já que, em 1993, ele apitava a partida em que o goleiro uruguaio Rodolfo Rodrigues, que jogava no Bahia, soltou uma bola para agradecer "aos céus" e viu um ainda jovem Ronaldinho, que depois se tornaria Ronaldo Fenômeno, roubar a bola e marcar o gol. O caso se encaixa no primeiro exemplo dado pelo comentarista, portanto o gol foi legal.
Insatisfeito com a qualidade da arbitragem atual, o ex-árbitro se mostra preocupado com a preparação para a Copa do Mundo. "Até 2014 temos condições de prepará-los, desde que seja feito um trabalho sério, mas para isso não pode ficar na mão do Sérgio Corrêa (presidente da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol). Hoje temos apenas um ou dois árbtiros com condições de ir para Copa. Pode ir por indicação, mas pela qualidade estamos muito abaixo do que deveríamos e temos condições de fazer", afirma.
De acordo com ele, os problemas também existem de forma localizada. "Nas federações precisa ser colocada gente competente. Eles colocam gente que nunca colocou um apito na boca e, se colocou, nunca foi nada na arbritragem. Estamos vendo um grupo de árbitros de videogame. Na hora que tem que tomar uma decisão, interpretar, ter perspicácia e malícia, não tem nada disso", dispara.
Pessimista com a disputa de poder que tomou conta da Confederação Brasileira de Futebol, Godói não vê perspectiva de melhora. "A tendência é piorar. Com algumas federações se rebelando contra o comando paulista, que existe em excesso na CBF, o árbitro, mais do que nunca, vai ser usado como moeda de troca para satisfazer os desejos e interesses de quem quer se manter no poder", finaliza.
http://bandab.pron.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.